Se o RH nasce sem olhar para as gerações, ele cresce criando muros invisíveis
- Jean Schiavinatto
- 28 de mar.
- 3 min de leitura
Implantar o RH sem considerar as diferenças entre Baby Boomers, Geração X, Y, Z (e agora a Alpha) é o primeiro erro das empresas que futuramente vão reclamar de “conflito de perfil”. Um RH estratégico já nasce com políticas que integram, escutam e valorizam o multigeracional.
A raiz do problema não é o conflito em si.
É o fato de que ninguém falou sobre ele desde o início.
Empresas que estão nascendo, crescendo ou profissionalizando seus processos de RH geralmente focam no básico: folha, benefícios, recrutamento, C&S.
Mas raramente fazem a pergunta que molda o futuro:
“Como vamos lidar com um ambiente em que convivem pessoas com 20, 40 e 60 anos de idade?”
Essa pergunta não pode ficar para depois.
Porque conflito geracional não é exceção — é regra.
O que dizem os especialistas?
📘 Valerie M. Grubb, autora de “Conflito de Gerações”, afirma que “cada geração leva para o ambiente de trabalho seus valores, expectativas e estilos de comunicação — e a ausência de estrutura para lidar com isso transforma a diversidade em atrito”.
📊 Um estudo da SHRM (Society for Human Resource Management) mostrou que 72% das empresas com mais de três gerações convivendo no mesmo ambiente relatam dificuldades de alinhamento entre times por diferenças de visão e valores.
📍E no Brasil, segundo o GPTW, empresas que não tratam dessa diversidade geracional desde cedo perdem engajamento especialmente da Geração Z — a que mais valoriza escuta e liberdade de expressão.
Como o RH pode prever e estruturar esse desafio já na implantação?
🧱 1. Políticas com linguagem inclusiva e plural
Regulamentos, normas e manuais devem refletir uma linguagem que seja neutra, clara e acessível a diferentes perfis. Evite jargões técnicos demais ou “corporativês” que afastam os mais jovens — e formalismos excessivos que intimidam os mais experientes.
🤝 2. Cultura de escuta intergeracional desde o onboarding
Inserir no processo de integração momentos de troca entre gerações (por exemplo: roda de boas-vindas com veteranos e novatos) humaniza e conecta realidades.
🛠️ 3. Protocolos de convivência e canais de feedback estruturados
Crie desde o início espaços seguros para falar sobre atritos geracionais. Nem todo conflito vira denúncia, mas todo ruído precisa de rota de acolhimento.
🧠 4. Estratégias de atração com diversidade etária como valor
Ao construir o EVP (proposta de valor ao colaborador), já posicione a empresa como um espaço de encontro entre gerações, não apenas um “lugar jovem e tecnológico” ou “tradicional e estável”.
📈 5. Indicadores de convivência
Mapeie desde cedo dados como: idade média por setor, tempo de casa por faixa etária, canais usados por cada geração (WhatsApp, e-mail, reuniões). Isso orienta políticas futuras.
O que a implantação ganha com isso?
✅ Clima mais colaborativo
As diferenças viram potência — não barreira.
✅ Menor rotatividade
Geração Z se sente ouvida. Geração X se sente respeitada.
✅ Processos mais robustos
O RH já nasce preparado para diversidade real — e não precisa “corrigir a rota” depois.
✅ Cultura mais viva
A pluralidade de vivências gera inovação e pertencimento.
Conclusão
📣 Um RH que nasce cego às gerações… cresce criando silos.
E silos não colaboram. Não escutam. Não inovam.
Implantar um RH com sensibilidade geracional é garantir que a cultura que nasce seja aberta ao novo, respeitosa com o antigo e capaz de crescer sem excluir ninguém.
Está implantando ou reestruturando seu RH?
A Team10 ajuda você a criar uma base de políticas, cultura e convivência que transforma o conflito geracional em diálogo — e o diálogo em valor competitivo.
Fala com a gente. Porque no mundo das empresas vivas, gerações diferentes não competem. Elas se completam.






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