Conflito não é problema. O problema é não saber o que fazer com ele.
- Jean Schiavinatto
- 27 de mar.
- 3 min de leitura
Implantar um RH sem prever como a empresa vai lidar com tensões e divergências é deixar a cultura refém do improviso.
Toda empresa tem conflito.
A diferença entre as boas e as más… é o que elas fazem com isso.
Na implantação de um setor de RH, é comum focar no básico: folha de pagamento, benefícios, recrutamento, política de férias.
Tudo necessário.
Mas tem uma pergunta que quase ninguém faz nesse momento:
“Como essa empresa vai lidar com o conflito quando ele surgir?”
Porque ele vai surgir.
Entre áreas que não se entendem.
Entre gerações que trabalham de formas diferentes.
Entre líderes que não escutam e liderados que não se sentem vistos.
Entre pares, cargos, fornecedores, clientes.
O conflito faz parte da natureza organizacional.
Negá-lo ou ignorá-lo é um risco estrutural.
O erro da maioria: deixar a resolução de conflitos na mão da sorte (ou da hierarquia)
Sem políticas, protocolos ou cultura de escuta, os conflitos seguem o fluxo mais perigoso: o da informalidade.
• Quem grita mais vence
• Quem tem cargo mais alto impõe
• Quem discorda é visto como problema
• Quem evita tudo vira invisível
E o RH?
É chamado só quando a bomba estoura.
O que precisa ser considerado na implantação do RH
Implantar um RH que funcione de verdade exige prever, desde o início:
🛠️ 1. Estrutura mínima de gestão de conflitos
• Quem pode mediar?
• Quando o RH entra?
• Qual o papel do líder?
• Existe um canal seguro de escuta?
📘 2. Política de conduta clara e compreensível
• Não é só um PDF no drive.
• É um documento vivo, com linguagem acessível e aplicável no dia a dia.
🧭 3. Cultura de feedback estruturado
• Feedback não é “falar o que pensa” de qualquer jeito.
• É um ritual, com método, responsabilidade e contexto.
👂 4. Rotinas de escuta ativa
• Reuniões 1:1, check-ins emocionais e rituais de segurança psicológica
• Ambientes onde o conflito pode ser nomeado antes de virar briga
🔍 5. Formação da liderança com foco em conversas difíceis
• Não adianta só treinar para resultados.
• O líder precisa aprender a lidar com tensão — e não fugir dela.
O papel do RH: do apagador de incêndios ao facilitador de soluções
Quando o RH é implantado com essa mentalidade, ele já nasce com um diferencial:
✅ Deixa de ser reativo
✅ Começa a cuidar da cultura como sistema vivo
✅ Se posiciona como mediador de interesses e emoções
✅ Ajuda a empresa a transformar atrito em aprendizado
Um plano de ação realista para a fase de implantação
Mesmo em empresas pequenas ou em fase inicial, é possível estruturar uma base mínima:
📌 Criar um protocolo de mediação de conflitos (2 páginas claras, práticas)
📌 Formar um comitê interno de escuta — pode ser o RH com um líder e um colaborador
neutro
📌 Incluir um “módulo de convivência” no onboarding
📌 Treinar os primeiros líderes para reconhecer conflitos “invisíveis” (isolamentos, sarcasmos, passivo-agressividade)
📌 Registrar e analisar os primeiros conflitos internos para entender padrões
Conclusão
📣 Ignorar o conflito é deixar a cultura da empresa ser definida pelo instinto — e pelo medo.
Quando o RH nasce com estrutura, com diálogo e com clareza de que o conflito não é vilão, mas sim parte da evolução coletiva, ele passa a ser guardião da maturidade organizacional.
Conflito não é sobre quem está certo.
É sobre como a gente evolui juntos — mesmo quando pensa diferente.
Está implantando ou reestruturando o RH da sua empresa?
A Team10 ajuda a criar processos e rituais de gestão de pessoas que tratam o conflito como parte da cultura — e não como ameaça.
Fala com a gente. A paz organizacional não vem da ausência de conflito. Vem da capacidade de enfrentá-lo com coragem e estrutura.






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