O conflito entre gerações não some. Ele se instala — ou se transforma.
- Jean Schiavinatto
- 28 de mar.
- 3 min de leitura
O RH que espera o conflito explodir para intervir está sempre atrasado. A gestão de gerações exige processos claros, cultura viva e ações contínuas para transformar o atrito em aprendizado — e o choque de estilo em potência coletiva.
O conflito geracional não é episódico.
Ele é estrutural.
E isso significa que o RH não pode tratá-lo como exceção ou como algo que “acontece só em alguns times”.
Ele faz parte da dinâmica organizacional.
E como tal, precisa de gestão — não de improviso.
Os dados não mentem:
📊 Segundo estudo da Harvard Business Review, 60% dos profissionais já vivenciaram atritos ou desconfortos diretamente relacionados à diferença de gerações no trabalho.
📘 No livro “Generations: The Real Differences Between Gen Z, Millennials, Gen X, Boomers, and Silents—and What They Mean for America’s Future”, o psicólogo social Jean M. Twenge mostra que as diferenças geracionais não são apenas de estilo, mas de valores, linguagem e ritmo de vida.
📍E no Brasil, o Great Place to Work reforça que a ausência de diálogo estruturado entre gerações é um dos principais fatores de insegurança psicológica nas equipes multigeracionais.
O que o RH precisa fazer para gerenciar essas diferenças no dia a dia?
🧱 1. Criar processos que considerem perfis geracionais
Políticas de benefícios, comunicação interna, reconhecimento e até rituais de cultura devem incluir intencionalmente todas as gerações.
Evite comunicações padronizadas. Adapte formatos: áudio, texto, vídeo. Geração X e Boomers preferem formalidade; Geração Z quer linguagem acessível e personalizada.
🔄 2. Treinar a liderança para identificar e mediar ruídos
O RH precisa garantir que os gestores saibam reconhecer quando o conflito é geracional — e não pessoal.
Ex: um feedback direto pode parecer grosseiro para quem tem mais vivência corporativa tradicional, mas natural para quem cresceu em ambientes ágeis.
👥 3. Implementar espaços de escuta estruturada
Rodas de conversa, fóruns internos, grupos de afinidade e pesquisas qualitativas são fundamentais para entender como as gerações estão se sentindo na empresa.
📊 4. Monitorar dados por geração
Turnover, absenteísmo, produtividade, engajamento — tudo deve ser cruzado com o recorte geracional.
Isso revela, por exemplo, se a Geração Z está saindo mais rápido, ou se os Boomers se sentem desatualizados e isolados.
🤝 5. Promover projetos intergeracionais
Criar oportunidades reais de colaboração entre diferentes gerações, com objetivos em comum e aprendizados mútuos.
Projetos de inovação, comitês de cultura, gamificação com duplas de idades diferentes, etc.
O RH como mediador e mantenedor da harmonia geracional
Quando o RH assume esse papel com clareza:
✅ A cultura se torna inclusiva por prática, não por discurso
✅ As lideranças se tornam mais conscientes e responsáveis
✅ Os profissionais mais jovens se sentem valorizados
✅ Os mais experientes se sentem respeitados
✅ O conflito vira ponte, e não barreira
Conclusão
📣 Gerenciar RH é, acima de tudo, gerenciar convivência.
E a convivência entre gerações não pode ser deixada ao acaso.
Se o RH não estrutura, a empresa naturaliza:
“É assim mesmo, esse pessoal novo é complicado…”
“Esse pessoal mais velho não se atualiza…”
E assim nascem os muros — que dividem o que poderia crescer junto.
O RH precisa ser o arquiteto de um ambiente onde todas as gerações tenham espaço, voz e possibilidade de evoluir juntas.
Seu RH está preparado para transformar a diversidade geracional em potência?
A Team10 ajuda você a estruturar políticas, processos e práticas que colocam o multigeracional como um ativo estratégico — e não um problema cultural.
Fala com a gente. O futuro do trabalho não é de uma geração só. É de todas — juntas.






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